segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Crime na rua 29

Parte 2

Sentamos a mesa e mamãe continuava a me perseguir com seu olhar, papai nos olhou,perguntou se algo havia acontecido, mamãe logo se excitou e disse que não !
Após o jantar fui para o quarto e mamãe ficou na sala, andando de um lado para o outro, como se estivesse esperando algo. Sentei na penteadeira e vi através do espelho, que refletia a janela, Ramon, postado em frente a porta de casa olhando.... ficou ali uns instantes.. olhou para cima e saiu frustrado.
Desci as escadas na ponta dos pés e minha mãe dormia no sofá, fui até a porta para verificar se estava devidamente trancada, mais assim que encostei a mão na maçaneta uma carta apareceu no vão da porta, olhei pelo olho mágico, mais a pessoa já havia sumido. Peguei a carta e ela não tinha identificação alguma, dentro tinha uma pétala de rosa e um bilhete assim escrito:
- Catherine, seu tempo é como as folhas no outono, a cada dia vão caindo uma a uma...está rosa tem 9 pétalas, mais a partir de hoje apenas 8.
Olhei para o sofá, mamãe continuava a dormir, tomei a decisão de melhor explorar aquele bilhete e verificar de que se tratava esse tempo. Subi lentamente as escadas, e procurei o melhor lugar para esconder aquilo; coloquei na penteadeira do meu quarto onde jamais empregados colocavam a mão.
Logo ao amanhecer meu pai começou a tossir e a expelir sangue, gritava por minha mãe até que ela chegasse e o socorresse. Ela deu- lhe um pano e um copo de água, e disse que o melhor seria ele ir ao médico. Suzan, a camareira chegou toda esbaforida e ao ver aquele sangue todo disse :
-Ah! então é o senhor que cuspiu sangue na banheira !
Eu os olhei com terrível pavor, como podiam esconder isso de mim?
Papai devia estar morrendo e eu sem saber.Deixei a mesa numa extrema bruteza, meus pais gritavam meu nome para que voltasse a me sentar, mais eu estava extremamente chocada com tamanha farsa que essa casa sustentava. Subi as escadas tropeçando, bati a porta do quarto com força, abri a penteadeira e a carta havia sumido. Procurei-a em todos os cantos, mais nem sinal.
Fui ao quarto de meus pais e procurei nos esconderijos que minha mãe usava para guardar as jóias e não tinha nada. Procurei Suzan, falou que não tinha ido ao meu quarto ainda e então tomei a decisão de perguntar a minha mãe se tinha ido ao meu quarto.
Entrei sorrateiramente no escritório, minha mãe parecia estar muito entretida em uma leitura que nem notou minha presença. Assim que dirigi a palavra, ela deu um pulo e começou a gritar: Sai...sai.... imediatamente sai, não entendi nada do que estava ocorrendo, porém obedeci.
Logo mais no almoço ela me encarou com os olhos como se quisesse perguntar algo, e logo pressenti que havia sido ela quem pegara o bilhete.
Papai foi ao consultório do senhor Estevão, médico da família, eu e mamãe ficamos sozinha em casa, e novamente o telefone tocou e dessa vez quem atendeu foi eu.
- Catherine, você sabe que ela desconfia de você, logo seu casamento perfeito irá se desfazer.. Tudo por um amor, de adolescente, isso não te apavora? A verdade de um lado e a desconfiança de outro?
Desliguei o telefone e aos prantos fui a procura de minha mãe, ao encontra-la fitei- a bem e disse:
- Quem é o homem com quem a senhora desgraçou a nossa honra e agora lhe faz chantagem?
Ela arregalou os olhos e as palavras agora pareciam nunca terem sido aprendidas.

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